É-me preciso muita coragem para ousar confessar, o que lamentei em silêncio durante tanto tempo. Arrastava ele o reposteiro de veludo pela rua do tormento, o rosto gasto pela noite e cortado pelo vento frio da solidão. Em vez de vontade reinava o cansaço, desejava uma morte calma e sem dor.
A voz a bagaço que se fazia ouvir, chamava a atenção do rapaz sensível e inteligente que se encontrava no fundo da mesa. Uma voz calma e pausada forte e embebida soltava palavras magníficas que encantavam o jovem.
Calçava as botas sujas e estragadas e caminhava, caminhava … tinha uma longa e terna jogada pela frente, ideias para ordenar na sua mente.
O assassino caminhava pelas ruas do inferno, atrás dele o sossego á sua frente uma arena sangrenta patriota das serpentes, amor, porque mentes? Tapetes de veludo, um amor surdo e mudo.
-Não olhe para trás enquanto me segue, os assassinos nunca se arrependem do que fazem.
-Filho, porque me faz isto?
-Porque depois da morte não há dor. Dorme e descansa….
A borboleta voa a vida num dia, pois não tem mais para viver, o que tem para aprender aprende-o agora. Vive sem rei ou reino, é líder de si mesma, não necessita de reivindicar, pois tudo lhe pertence.
A morte que tarda em dia calmo, que aparece e faz desaparecer, que atinge o auge da ilusão e nos leva para outra dimensão. A morte, indesejada ou desejada, inconveniente ou conveniente. Uma chapada do inconsciente a chamar a nossa atenção para a realidade e a esquecermos o palco do óbvio. O que era belo desfaz-se nos nossos olhos, a paz que não existia, agora bebemos dela o dia todo e reinará em nós para toda a eternidade.
Nos teus ombros nascerão asas e poderás voar.
Seremos como o sol? Nascemos várias vezes em diferentes lugares?
Ass: Dionisio