domingo, 19 de fevereiro de 2012

para pensar e agir


Passava numa encruzilhada, tudo parecia estranho e eu era um estranho nos olhos da natureza. Não via o caminho, não sei o que pisava, quem pisava. Tinha uma sensação de desgaste parecia que tinha passado o dia enfiado numa fábrica doze horas sem ver um raio de sol para não ver mais do que 450 euros por mês.

Mas o que eu fazia ali? Nunca tinha experimentado este gosto amargo do cansaço e este bolso vazio da miséria. Quem era eu afinal?

Acordei !! Era um sonho, continuo a ser a cabeça deste país, continuo a ver os raios do sol e do ouro, continuo a sentir os bolsos de seda cheios do cansaço dos muitos que são poucos que trabalham para mim ….

Façam alguma coisa !!!!!!

É hora de quebrar hierarquia dos peixes de vieira !!

É hora dos pequenos comerem os grandes !!!!

Já dizia Ché “ os grandes só são grandes porque estamos ajoelhados”.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

um dia que fui

olho-me ao espelho,
 mais um dia,
e vejo um homem
sem diplomacia.
um homem nervoso e inseguro
pronto para chocar
com um grande muro.
nao quero charros
nem as rastas do bob marley
da-me so uma t-shirt do kurt cobain.
nao quero que me critiquei por eu ser diferente
nem que me aplaudam como quem mente
quero ser velho e recordar,
voltar a sentir,
sem revoltas,
continuar a sorrir.
ir ao café beber um bagaço
voltar para casa
fumar um charuto no terraço
nao quero que me apontem o dedo
e me chamem canalha
nao me meto com ninguem
ainda me apontam uma navalha
filhos bastardos
animais enjaulados
maes desiludidas
pelas vidas perdidas
( um minuto de silencio )


ass: Dionisio

sábado, 5 de novembro de 2011

Doce mar de (…)



TE experimentei amanhã.

Caminho no algodão, no orvalho, a água pela calçada se estende e tende …..

Se “por” for negação.

Por falar fiquei…

Por beijar ficámos…

Por abraçar o campo da ilusão ficaram todos os loucos que não se deixaram envolver no amor carnal.

Acorda!!! Deixa-te envolver, conhecer, segredar, matar a curiosidade que tantas insónias o amor provocou.

Está uma bela noite, vamos abraça-la juntos como bons amantes, diamantes são os abraços que ficaram por dar.

Na vida a carvão o amor é negro, a solidão é branca, a amizade é cinzenta, salpicada de traços negros que provocam separações, perfurações de corações.

Ass: Dionisio

Ajuda-me hoje!

É-me preciso muita coragem para ousar confessar, o que lamentei em silêncio durante tanto tempo. Arrastava ele o reposteiro de veludo pela rua do tormento, o rosto gasto pela noite e cortado pelo vento frio da solidão. Em vez de vontade reinava o cansaço, desejava uma morte calma e sem dor.


A voz a bagaço que se fazia ouvir, chamava a atenção do rapaz sensível e inteligente que se encontrava no fundo da mesa. Uma voz calma e pausada forte e embebida soltava palavras magníficas que encantavam o jovem.

Calçava as botas sujas e estragadas e caminhava, caminhava … tinha uma longa e terna jogada pela frente, ideias para ordenar na sua mente.

O assassino caminhava pelas ruas do inferno, atrás dele o sossego á sua frente uma arena sangrenta patriota das serpentes, amor, porque mentes? Tapetes de veludo, um amor surdo e mudo.

-Não olhe para trás enquanto me segue, os assassinos nunca se arrependem do que fazem.

-Filho, porque me faz isto?

-Porque depois da morte não há dor. Dorme e descansa….

A borboleta voa a vida num dia, pois não tem mais para viver, o que tem para aprender aprende-o agora. Vive sem rei ou reino, é líder de si mesma, não necessita de reivindicar, pois tudo lhe pertence.

A morte que tarda em dia calmo, que aparece e faz desaparecer, que atinge o auge da ilusão e nos leva para outra dimensão. A morte, indesejada ou desejada, inconveniente ou conveniente. Uma chapada do inconsciente a chamar a nossa atenção para a realidade e a esquecermos o palco do óbvio. O que era belo desfaz-se nos nossos olhos, a paz que não existia, agora bebemos dela o dia todo e reinará em nós para toda a eternidade.


Nos teus ombros nascerão asas e poderás voar.

Seremos como o sol? Nascemos várias vezes em diferentes lugares?

                                                                                                                                             Ass: Dionisio

Nomes que não quero pronunciar

Se não houvesse nomes, ocorreriam sinistros aspectos que se cruzam no espectro de uma vida prostituída pela cidadania.


Um nome impessoal fora do normal pronunciado fora do contexto e dentro de um meio, fora de um sistema, que leva alguém a cumprir o que não deseja fazer. Pois é exigido pelos filhos da puta que mandam em nós.

A noite de ideias adormecidas pelo serão, imposto pelo medo e pela falta de imaginação que se repete tantas e tantas outras vezes quantas as que são sentidas e ouvidas.

Gritos diabólicos fazem contrair a mente racional, e levam o tempo necessário a voltar ao normal, num acto sentimental fora do normal sem perguntar o que deseja salvaguardar.



Ass: Dionisio

A voz do Mundo




A voz do mundo são os jovens, são eles que possuem a força, não possuindo fraquezas. Quando as sentem já o mundo frágil as havia sentido.


A eles não lhes interessa religião ou política. Não necessitam de ideologias ou profecias para pensar, se questionar, exprimir ou construir.

Nada disso importa, pois:” a morte tarda em dia calmo “

ass: Dionisio

domingo, 30 de outubro de 2011

Violência doméstica, um paradoxo de culpa, uma nódoa na sociedade.



Enquanto a ciência avança, as nódoas e arranhões alastram-se no corpo nu e gasto de mais uma vítima da masculinidade. Liberdade, gritam os olhos dela, após o marido abrir a porta de casa, perdoa-me, soletram os seus lábios enquanto enxuga o rosto coberto de sangue.

É um amor cru, uma forma de amor perversa.

Que diria ágape ao assistir a uma cena de wrestling na cozinha do 2º esquerdo? Provavelmente riria, aplaudia enquanto saciava umas saborosas pipocas. Todavia eros e Philos esbaforidos por tanta violência, tentando impedir o massacre, dirigiam que o amor em forma de loucura não existe, é um véu de ignorância que ronda os olhos do agressor. Nessa altura o agressor pede perdão á vítima, mais uma vez……….

ass: Dionisio